Enoturismo

O enoturismo é uma das mais recentes modalidades de turismo emergentes na contemporaneidade, que surge associada à utilização dos recursos vitivinícolas de determinada região, em que o interesse pelo vinho não se reflecte apenas no conhecimento desde produto mas também do local e do contexto em que é produzido.

...Encontra-se estreitamente ligado ao conceito de "experiência turística total" e paralelamente à gastronomia e à experiência do local em que se desenvolve, atraindo visitantes que tanto são turistas como excursionistas... Enquadra-se no fenómeno mais abrangente do Turismo Cultural, constituindo uma forma particular de Turismo Gastronómico. Promovem-se as visitas ao campo, a herança e arquitectura rural únicas, a combinação entre vinho e comida regional que envolve a experiência de um determinado lugar e daquilo que nele se produz: o espaço cénico, a paisagem agrícola, o romantismo e o retorno À cultura ancestral... Nestes espaços podem-se desenvolver modalidades de Enoturismo, Rotas de Vinho; Aldeias Vinhateiras; visitas guiadas ao campo vitivinícola, caves, adegas, museus de vinho e da vinha, festivais e eventos enoturísticos...

O Enoturismo em Portugal, integra um dos eixos prioritários inscritos no PENT desde 2006. Do ponto de vista turístico, permite que se contrarie a tendência de domínio unívoco do produto de Sol e Praia. Do prisma agricola, e num tempo em que a agricultura vem sobrevivendo por entre escolhos múltiplos, traduz uma prática assente num sector que se tem vindo a afirmar dos mais prósperos e renovados, mesmo que fortemente subvencionada pelos fundos estruturáis europeus... Num país onde urge a diversificação dos produtos turísticos nacionais e a requalificação dos espaços que este ocupa, apostar na pluriactividade Vinho/Turismo, inovar com qualidade parece ser a melhor forma de se conseguir ser competitivo nos cenários turísticos europeu e mundial.

...Assiste-se paralelamente a uma requalificação do património destas regiões(em que o enoturismo é o 1º produto estratégico a desenvolver), que ao ser valorizado por aqueles que as visitam é também olhando por aqueles que o habitam e a quem pertence, de forma distinta. Mais do que a requalificação física, trata-se de afirmação de identidades locais, da valorização de especificidades regionais, da preservação do património material e imaterial que provem de uma ancestral ligação ao campo e à vinha...

Inácio A (2009) Enoturismo no Douro e no Alentejo: Da (re)construção cultural  à criação de dinâmicas territoriais locais. Turismos de Nicho, Centro de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa.